O estoque mínimo é uma prioridade para gestores industriais, pois seu papel é suprir a produção frente às flutuações de mercado e à falta de insumos.
Esse último, por exemplo, já foi um problema para 22 dos 25 setores da indústria. Segundo a CNI, os setores que mais sofreram foram de impressão e reprodução, limpeza, perfumaria e higiene pessoal e indústrias de veículos automotores. Seja para esses segmentos ou qualquer outro que atue com produção, não ter insumo no estoque para atender a demanda significa perdas de vendas, resultando em queda no lucro e até mesmo no crescimento da empresa.
Em um cenário de alta competitividade industrial, isso pode representar também a perda de clientes no futuro. Portanto, é importante manter um estoque mínimo, garantindo que o fluxo de vendas ocorra normalmente para atender aos clientes.
Neste artigo, abordaremos a importância do estoque mínimo, suas vantagens, como calculá-lo e as melhores práticas para otimização.
O estoque mínimo é toda aquela quantidade extra de inventário mantida para cobrir imprevistos que afetam a linha de produção, como aumento de demanda ou atraso na entrega. Ele atua como um amortecedor entre a demanda do cliente e o período necessário para o reabastecimento dos produtos.
Ele também pode ser utilizado no caso dos insumos ficarem mais caros, seja por alta do dólar, problemas logísticos ou outros fatores. Portanto, o estoque mínimo tem como objetivo proteger as operações contra as incertezas do mercado.
Assim como qualquer estoque, ele é formado por produtos que estão disponíveis para produção e venda. Ao implementá-lo, sua produção fica segura, protegendo o fluxo produtivo e reduzindo os impactos negativos no atendimento ao cliente.
Em resumo, o estoque mínimo tem como função evitar que falte matéria-prima ou produtos para atender a demanda de um cliente. Imagine o cliente fazer um pedido e a empresa ter que dizer que não pode atender, pois não tem o insumo necessário? Essa é uma situação que o estoque mínimo ajuda a evitar.
Além da redução de riscos já citadas, como manutenção do câmbio, alta de preços e problemas logísticos com os fornecedores, o estoque mínimo possui boa interferência no atendimento ao cliente e na eficiência operacional.
O cliente, ao solicitar o pedido, acaba tendo uma melhor experiência, já que não corre o risco de ouvir da empresa que não poderá ser atendido devido à falta de produtos. Isso resulta em fortalecimento de confiança na marca e na empresa como um todo.
Por outro lado, o estoque mínimo pode melhorar a eficiência operacional, pois ajuda a reduzir desperdícios e a otimizar o capital de giro, garantindo melhor utilização dos recursos.
O cálculo do estoque mínimo depende de uma série de fatores. O primeiro deles é entender a demanda média e a variabilidade de consumo, pois ajuda a determinar o quanto de estoque adicional é necessário para cobrir incertezas.
O segundo fator é o tempo de reposição, chamado de lead time do fornecedor, que é o período entre fazer um pedido e ele ser entregue. Quanto maior o tempo, maior deve ser o estoque mínimo.
Sendo assim, a fórmula do estoque mínimo é:
Estoque mínimo = Média de vendas por dia x Tempo para repor o estoque em dias
Para exemplificar, vamos supor que uma empresa de canetas venda aproximadamente 50 peças por dia e o tempo de reposição do estoque é de 5 dias.
Estoque mínimo = 50 x 5
Estoque mínimo = 250
Neste exemplo, vimos que o estoque mínimo deve ser de no mínimo 250, pois desta forma a empresa conseguirá atender a demanda em caso de gargalos. Entretanto, nossos especialistas recomendam que seja estocado um valor acima destes 250, pois no caso de um aumento expressivo da demanda, o time comercial tem como atender.
Outro fator importante e que pode ser considerado é o nível de serviço desejado, que reflete a probabilidade de atender pedidos sem falha. Indústrias com alta exigência optam por um estoque mínimo mais elevado.
Portanto, mesmo que esse número não entre diretamente na fórmula, é importante a sua observação. Ele dá o direcionamento certo para que a empresa sempre estoque uma quantidade razoável de produto e mantenha uma boa margem de lucro.
Sobre isso, vale ressaltar que o estoque pode representar um dos maiores custos de uma indústria, o que sugere que seja bem administrado.
Muito além de fazer os cálculos citados anteriormente, existem ainda outros desafios relacionados ao gerenciamento de estoque mínimo. O principal deles está relacionado a imprevistos, sendo este o principal causador de movimentações no setor. Outro desafio está relacionado aos gastos, já que manter um estoque é altamente custoso para a empresa e pode afetar o nível de caixa.
Outros desafios do estoque mínimo são:
Para superar esses desafios, nossa equipe separou algumas estratégias que podem auxiliar a sua indústria. Ao evitar esses problemas citados, o gerenciamento fica mais fácil, o que impacta também na eficiência operacional da produção.
A curva ABC é uma classificação que organiza os produtos em três categorias (A, B e C), de acordo com o valor e o volume de demanda. Os itens "A" são os mais importantes e de maior valor, "B" são de importância média, e "C" são de menor valor. A partir dessa classificação, o estoque mínimo é ajustado para cada categoria, priorizando os produtos mais críticos e que mais saem.
Ao utilizar esse modelo de classificação, a indústria se permite em estocar mais produtos da categoria A do que da categoria C, evitando excesso de produtos que trazem pouco retorno.
Adotar revisões periódicas permite ajustar os níveis de estoque conforme as previsões de demanda, fornecimento e outras variáveis mudam ao longo do tempo. Fatores sazonais, por exemplo, podem fazer com que uma determinada peça seja mais vendida em uma época do ano, como árvores de natal nos meses de novembro e dezembro.
Com revisões frequentes, a indústria melhora as previsões de demanda, pois os ajustes periódicos permitem identificar padrões e mudanças de demanda com mais precisão. Além disso, ela mantém o nível de serviço desejado.
A técnica Just In Time tem como objetivo receber e produzir apenas o necessário, o que reflete diretamente no estoque mínimo. Com isso, a empresa pode reduzir ao máximo a quantidade de produtos estocados, pois os insumos que chegam rapidamente são transformados em produtos finais.
No entanto, ao optar por essa estratégia, é importante sempre ter um estoque mínimo para evitar possíveis gargalos. A produção não pode ficar refém dos fornecedores.
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O que isso impacta no estoque mínimo? Tudo! Enquanto o APS fica responsável por sequenciar a produção, planejar e agendar com precisão a demanda e os recursos, o MES monitora o controle da produção em tempo real.
A partir das informações e uma média do ritmo de produção, a indústria pode ajustar rapidamente os níveis de estoque mínimo com base na real necessidade de produção, reduzindo excessos e prevenindo rupturas. Essa integração ajuda a otimizar a cadeia de suprimentos, melhorando o planejamento e evitando faltas de estoque.
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